cerca de dois milhões de crianças morrem todos os anos com diarreia, mas mesmo assim a campanha para o pânico da gripe suína e para o uso do tamiflú é maior e chega a mais gente.
nos arredores de São Paulo ardeu parte de uma favela, deixando gente que nada tinha ainda mais na miséria, mesmo assim planeiam-se Jogos Olímpicos.
Na África do Sul dispara-se sobre manifestantes que, mesmo perdendo alguma razão ao incendiarem um estabelecimento, merecem água e luz em vez de balas de borracha e mundiais de futebol.
posso continuar a falar dos bancos, dos prémios e do mexilhão; da descriminação sexual e racial; da pena capital e da mania de ser o melhor do mundo; das diferentes caras da falta de liberdade de imprensa; em favorecimentos e corrupção, em ministros e presidentes da câmara; em reformas, em pandemias, em tortura, no negócio da guerra, no tráfico de seres humanos, nas políticas de imigração, na nato, em um eu sei lá quantas coisas que me martelam na cabeça.
e mesmo assim o mundo gira. melhor para uns do que para outros.
eu sinto-me uma pessoa com sorte que tem de fazer mais para que muito ainda mude. sem pretensões de salvar o mundo, mexo-me. gosto de pensar que há-de vir a ser melhor.
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