incongruências

bem, lá vai uma agnóstica celebrar o natal.
à meia-noite nasceu o trinitá mas o mais importante para mim é estarmos juntos.
deve ser por isso que fiquei doente.
iyyyypppyyyyy!!!

para ouvir. gosto disto.

coisas soltas e sem interesse

de vez em quando fico a pensar no chão depois da festa das flores.
a minha máquina de lavar a louça parece que tem sinos lá dentro.
adoro comer broa de avintes com manteiga de amendoim ou doce de chila de pé na cozinha.
alheiras, vou trazer alheiras!

Estado natalício

expliquem-me por favor como é que o chefe de um estado laico faz um vídeo com uma mensagem a desejar feliz natal aos portugueses!!?? e ainda o publica no seit da presidência da república!!??
e com a mulherzinha, porque portugal é um país assente nos valores dA família, à pois é... só falta o presépio na cena!!
que grande treta!!!

a bata

quando era pequena achava que os meus pais ficavam muito maiores e mais largos quando vestiam a bata. adorava vê-los a andar pelos grandes corredores, ouvir os passos seguros. a bata, branca, lisa, comprida, abanava e enchia o espaço, o meu olhar e os meus sonhos. ficava vidrada naquilo, sentia-me segura e admirava-os sem limites.
os filhos de médicos pensam que os pais não podem ficar doentes. simplesmente porque são médicos.
os filhos pensam que os pais são imortais. simplesmente porque são pais.
eu cresci e fico nostálgica.
quando chegar vou almoçar contigo ao hospital e admirar-te ao ver-te percorrer o corredor dos exames.
adoro-te mãe.

homilia noticiada

Durante a homilia costumo aborrecer-me. No domingo, enquanto o Sr. padre tentava em esforços homéricos chamar a atenção dos fiéis para mais uma qualquer coisa sem interesse, reparei que o fazia com suores frios evitando a todo o custo temas pertinentes como os das últimas declarações do Papa.
Eu pus-me a pensar, as declarações nem o buraco de um dente me tapam, por isso preferia que falasse da ruptura de stock de açúcar.


...

esta semana

tanta coisa a acontecer
tantos planos
tantos projectos
tantas saudades
tantos sonhos

hoje

que dia!

na rua

a mim custa-me, parece que têm medo de me sentir o cheiro, ou que eu estique o braço e lhes toque, que lhes olhe nos olhos ou que queira mais do que não querem dar.
até quando perguntam indicações na rua deixam um metro e meio de distância entre si e o outro.
estranho.

para ouvir. é bonito isto.

do divino

no primeiro dia fez o mesmo que no segundo, que no terceiro, que no quarto, que no quinto, que no sexto e que no sétimo.
sem mudanças nem variações
gosta de uma vida constante e não aspira a sagrado nem a divino.

olhar

era domingo
ou era segunda
de qualquer das maneiras não trabalhava
e os dias arrastavam-se eternamente entre arrumações
filhos
pais
medos
e rotinas milagrosas.
até se esquecer de si própria
mergulhada nas dúvidas de uma vida bem vivida
encarcerada nos sonhos agora desarticulados
no pensamento derivante
num corpo envelhecido pela solidão
pelos dias cinzentos
pelas noites curtas
pelas palavras que ficaram por dizer
arrependo-me
arrependo-me de não ter registado tudo isso
arrependo-me de não ter ouvido melhor
de não ter escrito
de não ter guardado
penso
um dia vou-me esquecer
e nem as minhas memórias me vão restar
porque também delas me vou esquecer
e fico sem palavras
como aquelas que não dissemos.

-12º e muita, muita neve!

adoro...adoro a neve!
adorei o meu dia... passear com a mana mais linda do mundo!

amanhã

não vou ler os jornais. estou farta da treta.
mais um manifesto, eu sei, mas há limites.

prelúdio

ainda não chegamos ás temperaturas em que rir dói.