soltas

hoje foi um dia bom
mesmo que nervosa com a resposta
ganhei um jogo
fiz bolos de arroz com ovo e sal no forno, e soube a qualquer coisa da maria ana
fiquei confusa com a possibilidade de ter misturado memórias. nas minhas recorações ouço o leãozinho pela tua voz, enquanto estás sentada no chão verde. claro que a caipirapiraporanossa é muito mais presente. só postei o outro por ser mais alegre.

tenho saudades
todos os dias

hoje

meia neura, meia bem
vario entre estados
mas estou bem
se ao menos a resposta viesse mais rápido
mas tenho de esperar
e mesmo assim não é garantia
quem sabe ainda aeromoca
ou outra coisa que surja entretanto.

à noite
fiz uma feijoada muito rápida mas muito boa.
ele nunca tinha comido
e eu. a sério?
era sem dúvida uma falha minha
em educação e história pela culinária portuguesa

mas depois veio a notícia
a mãe do marido da irmã morreu
está a família de luto
e eu ainda no domingo fui ao cemitério
se calhar por isso é que recebi a notícia de um modo diferente do habitual
porque tenho pensado muito nisso
porque tenho conversado e partilhado
porque ainda outro dia contei à avó mina como esta casa até cheira a gaia quando eu entro e ouço do fundo do corredor o som do piano, e passo a passo em direcção à sala o som vai aumentando, assim como no corredor com carpete. primeiro o cheiro bom a vir da cozinha, depois a música distraída.
e isto é falar da morte e da vida ao mesmo tempo.

agora vou dar um passeio e apanhar ar fresco
até amanhã

para ti mãe

"
Foi um dia, e outro dia, e outro ainda.
Só isso: o céu azul, a sombra lisa,
o livro aberto.
E algumas palavras. Poucas,
ditas como por acaso.

Eram contudo palavras de amor.
Não propriamente ditas,
antes adivinhadas. Ou só pressentidas.
Como folhas verdes de passagem.
Um verde, digamos, brilhante,
de laranjeira.

Foi como se de repente chovesse:
as folhas, quero dizer, as palavras
brilhavam. Não que fossem ditas,
mas eram de amor, embora só adivinhadas.
Por isso brilhavam. Como folhas
molhadas.
"

As poucas palavras
Eugénio de Andrade

porque nos ensinaste a celebrar a vida

porque viver é bom
porque nos temos uns aos outros
porque o tempo passa e dá medo mas ensina-nos muitas coisas. coisas que partilhamos.
porque havemos de voltar a um castelo, de cantar e recantar músicas que nos encantam e que cheiram a quartos com tapetes verdes, porque ainda vamos partilhar muitos voos e chegadas
porque queria estar aí para te dar um beijo muito grande
parabéns mami!

duas canções. uma do meu amor e outra com cheirinho a são dinis e a kussikussi