Monday, April 06, 2009
Um dia, contei os teus dedinhos e beijei-os um por um.
Um dia, quando caíram os primeiros flocos de neve, peguei em ti bem alto, e vi-os derreter na tua pele de bebé.
Um dia, atravessamos a rua e tu seguraste a minha mão com força.
Nessa altura eras o meu bebé,
E agora és a minha menina.
Por vezes, enquanto dormes, fico a ver-te sonhar,
e sonho também...
Sonho que um dia mergulharás na água fresca e límpida de um lago.
Um dia, entrarás num bosque escuro.
Um dia, sentirás uma alegria tão profunda que os teus olhos brilharão.
Um dia, correrás tão depressa e para tão longe que sentirás o teu coração em fogo.
Um dia, o teu baloiço subirá tão alto, muito mais alto do que alguma vez ousaste imaginar.
Um dia, receberás uma notícia tão triste que o teu coração se encherá de dor.
Um dia, cantarás ao vento, e o vento levará consigo a tua canção.
Um dia hei-de ver-te da varanda a dizeres-me adeus, até te perder de vista.
Um dia, olharás para esta casa e perguntarás como algo tão grande pode ser tão pequeno.
Um dia, sentirás um peso leve sobre as tuas costas fortes.
Um dia, ver-te-ei escovar o cabelo da tua filha.
Um dia, daqui a muitos anos, também o teu cabelo brilhará ao sol como prata.
E quando esse dia chegar, meu amor, hás-de lembrar-te de mim.
Alison Mcghee e Peter H Reynolds
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
3 comments:
adoro-te mamã.
Sou uma toleirona! Não resisti a pô-lo aqui! é delicioso. A Filomena vai dá-lo às filhotas também
... tenho medo de pensar em mim com cabelos como prata, mais porque isso significa que tu também envelheces e a ideia de não te ter ao meu lado aterroriza-me...
o poema é mesmo delicioso.
e lembro-me de ti nas mais pequenas coisas.
adoro-te mum! muito muito!
Post a Comment