Ó sino da minha aldeia
Dolente na tarde calma
Cada tua badalada
Soa dentro de minh'alma
e é tão lento o teu soar
Tão como triste da vida
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida
Por mais que me tanjas perto
Quando passo sempre errante
És para mim como um sonho
Soas-me na alma distante
A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto
Sinto mais longe o passado
Sinto a saudade mais perto
o sino da minha aldeia, Fernando Pessoa
...adoro este poema...
1 comment:
As badaladas do sino da tua aldeia ecoam com mais ternura e langor na alma quando a ela são transportadas pela inimitável e incrível voz da sublime Betânia.
A doçura deste cântico é tão suave que até os deuses embala, a fúria dos demónios cala. Gabo-te o gosto que partilho com muito carinho. Grace
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