Saturday, June 11, 2005

...

Ó sino da minha aldeia
Dolente na tarde calma
Cada tua badalada
Soa dentro de minh'alma

e é tão lento o teu soar
Tão como triste da vida
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida

Por mais que me tanjas perto
Quando passo sempre errante
És para mim como um sonho
Soas-me na alma distante

A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto
Sinto mais longe o passado
Sinto a saudade mais perto

o sino da minha aldeia, Fernando Pessoa

...adoro este poema...

1 comment:

Anonymous said...

As badaladas do sino da tua aldeia ecoam com mais ternura e langor na alma quando a ela são transportadas pela inimitável e incrível voz da sublime Betânia.
A doçura deste cântico é tão suave que até os deuses embala, a fúria dos demónios cala. Gabo-te o gosto que partilho com muito carinho. Grace