Saturday, November 20, 2010

para ti

enquanto deixavas de ser
sonhos evaporavam
as ruas choravam num silêncio dormente
nós gritávamos e olhávamos
parecia ser o fim do mundo
as mãos imóveis
o medo a abrir-se

enquanto deixavas de ser
aprendíamos o que era o vazio
o tempo errado e a densidade do vácuo

enquanto deixavas de ser
as cores perdiam matéria e chorávamos
juntos
zangados com os deuses que não existem
com saudades do futuro que sonhámos.


para ti
tudo ficou imóvel.

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