de manhã lá estava ela. sentada na paragem a ver as pessoas.
passava o primeiro eléctrico. uns saíam, outros entravam.
ela ficava.
cabelos curtos brancos com uns traços cinzentos naturais.
a pele muito clara, os lábios reduzidos.
um casado azul até aos joelhos.
collants transparentes e sapatos escuros de peito aberto.
de verão vestia o mesmo.
de mãos dadas esperava pelo próximo. uns saíam, outros entravam.
ela ficava.
passa horas nisto. depois levanta-se e vagueia até ter fome.
o médico disse-lhe para andar todos os dias.
ela gosta da rua, está habituada, gosta da gente e da vida.
conta histórias a quem pergunta e sorri se lhe dão flores.
entretanto mudei de casa e já não a vejo todos os dias.
faz-me falta.
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